Sindicato questiona exoneração de servidor no sétimo protesto em defesa da CGU

O Unacon Sindical questionou a exoneração do servidor responsável pelos acordos de leniência com as empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato no sétimo protesto em Defesa da Controladoria-Geral da União (CGU), realizado nesta terça-feira, 21 de junho. O afastamento do Analista de Finanças e Controle (AFC) deve ser publicado no Diário Oficial da União (DOU) nos próximos dias. A CGU enviou nota à imprensa (leia aqui).

 

Em repúdio à exoneração do colega, os servidores vaiaram o ministro Torquato Jardim. O Sindicato chamou de “gravíssimo” o afastamento sem nenhuma explicação. “Esse ministro não apresentou nenhum projeto efetivo para o órgão. Só propostas vazias. Para nós, essa exoneração indica que a CGU pode estar sendo usada para beneficiar empresas investigadas”, declarou Rudinei Marques, presidente do Unacon Sindical.

 

Na função de corregedor-adjunto da área de infraestrutura, o AFC cuidava dos processos de responsabilização das empresas, que poderiam culminar em acordos pelos quais empreiteiras negociam o pagamento de indenizações ou podem ser punidas com a declaração de inidoneidade.

 

NOVA POLÊMICA

Durante o ato, os dirigentes foram informados que Torquato teria dito, em videoconferência com os chefes das regionais, que não reconhece o Sindicato como representante da carreira de Finanças e Controle.

 

A declaração pode resultar em representação na Organização Internacional do Trabalho (OIT). “Espero que essa declaração não se confirme, mas, se realmente for verídica, Torquato terá que responder por práticas antissindicais junto à OIT”, informou Filipe Leão, diretor de finanças do Sindicato.

 

Se confirmada, esta será a segunda declaração polêmica de Torquato. No dia 2 de junho, ele pediu compatibilidade política, filosófica, ideológica aos servidores (relembre aqui). Na última quinta, 16, o Unacon Sindical protocolou representação contra a fala de Torquato na Comissão de Ética da Presidência da República (saiba mais aqui).

 

MOBILIZAÇÃO PERMANENTE

Passados 41 dias de luta contra a Medida Provisória 726/2016, o Movimento em Defesa da CGU segue atuante. Publicada no dia 12 de maio, a MP tem duração de 60 dias prorrogáveis por mais 60. Além de alterar para ministério da Transparência, Fiscalização e Controle a denominação da Controladoria, a MP retira a vinculação do órgão da Presidência da República.  Na última consulta realizada pelo Unacon Sindical, a carreira deliberou pela continuidade do movimento (relembre aqui e aqui).

 

HISTÓRICO DE PROTESTOS

14 e 15 de junho – DF avança na conquista de apoio ao movimento em defesa da CGU

1º de junho – Caravana de 26 estados marca presença no ato desta quarta, 1º

30 de maio – Movimento em Defesa da CGU ganha mais força com a saída do ministro

25 de maio – Terceiro ato em defesa da CGU resulta em caminhada até o Palácio do Planalto

24 de maio – Responsável pela reforma administrativa, Jucá é alvo de críticas em ato no DF

18 de maio – Em Brasília, forte adesão de servidores marca primeiro ato em defesa da CGU