Fonacate e Fonasefe se preparam para cenário de luta após as eleições gerais

O chamado para uma atuação mais firme das entidades representativas dos servidores públicos nas próximas lutas contra a retirada de direitos dos trabalhadores, marca o primeiro dia do Seminário “O Serviço Público que Queremos”, realizado nesta quinta-feira, 30 de agosto. Na avaliação dos dirigentes, a reforma da Previdência e o adiamento do reajuste dos servidores voltarão à pauta com mais força, após as eleições gerais. O encontro é uma promoção do Fórum Nacional das Carreiras de Estado (Fonacate) e do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe). A Diretoria Executiva Nacional do Unacon Sindical (DEN) e os dirigentes dos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e do Distrito Federal participam do evento.

 

Após agradecer a presença de todos os dirigentes sindicais que lotaram o auditório do hotel SanMarco, Rudinei Marques, presidente do Unacon Sindical, destacou o peso e a responsabilidade dos sindicatos que representam os servidores públicos nas próximas batalhas contra a retirada de direitos dos trabalhadores.

 

"Muitos sindicatos da iniciativa privada estão fechando as portas. Com isso, a luta dependerá muito mais da nossa organização, a partir de agora. Promovemos este Seminário com o objetivo de nos apropriarmos de informações técnicas e estarmos preparados para o debate", disse Marques.

 

Na abertura do encontro, representantes das centrais sindicais falaram sobre a importância dos servidores estarem unidos em defesa do Serviço Público. Na condição de representante da Intersindical, a Auditora Federal de Finanças e Controle (AFFC) Anjuli Tostes falou da agenda de desmonte em curso no país, incluindo a terceirização irrestrita, e avisou: "vamos lutar para defender o Estado e o Serviço Público. Vamos lutar por país que seja para todos".

 

Painel “Estado, Finanças Públicas e Desenvolvimento”

O secretário executivo do Unacon Sindical, Bráulio Cerqueira, falou sobre alternativas à austeridade fiscal. "Precisamos derrubar as restrições orçamentárias autoimpostas que atentam contra os direitos da população, contra a reativação do investimento e da economia, que atentam contra o serviço público voltado para a sociedade", apontou.

 

O dirigente apresentou dados sobre o aumento das desigualdades e a redução de investimentos públicos. Segundo a análise dele, o cenário para futuro do país, sem a revisão da EC 95, é desastroso. "O horizonte que se descortina é o fim do aumento real do salário mínimo, a redução das vagas nas universidades e a precarização do SUS.”

 

Para concluir, Bráulio destacou que é possível e necessário um outro caminho. "As finanças públicas são um instrumento poderoso para promover o emprego e a distribuição de renda, mas hoje estão formatadas para produzir justamente o contrário. Nós podemos e devemos mudar isso", afirmou.

 

Seminário

O debate sobre os impactos das mudanças no estado brasileiro e suas consequências para a sociedade segue até sábado, 1º de setembro. Acompanhe a transmissão ao vivo: https://goo.gl/EGNDCh.