Servidores do IPEA repudiam o desmembramento do Instituto

Em assembleia realizada nesta terça-feira (5 de junho) em Brasília e no Rio de Janeiro, os servidores repudiaram a tentativa do Governo Federal de criar um novo instituto para pesquisas na área de segurança pública, por meio do desmembramento do Ipea.

 

A proposta incluída no texto da MP 821/2018 constitui uma ameaça ao Ipea, na medida que representa de fato um “esquartejamento” da instituição, ao permitir a retirada de recursos humanos, financeiros e patrimoniais.

 

Hoje, apesar de um quadro reduzido de funcionários, resultado da ausência de concurso nos últimos 10 anos, o Ipea desenvolve pesquisas em todas as áreas setoriais de governo para subsidiar a formulação e avaliação de políticas públicas. Como argumenta Roberto Gonzalez, presidente interino da Afipea, “são poucas pessoas para fazer um trabalho enorme e de grande valor para o governo e a sociedade”. 

 

Ainda mais grave é essa proposta ter sido apresentada no Congresso sem conhecimento ou discussão sequer com a direção do Ipea, quanto mais com o seu quadro de servidores. Tal situação gera uma grande incerteza sobre o futuro de um instituição que há mais de 50 anos oferece relevantes serviços ao poder público e à sociedade. A título de exemplo, entre outros estudos na área de segurança pública, o Ipea já contribui para o Atlas da Violência, lançado hoje (05/06/2018) em parceria com o Fórum Nacional de Segurança Pública. 

 

A Afipea atuará em todos os espaços pertinentes para evitar a fragilização do Ipea. Em particular, conforme deliberado na assembleia, a associação buscará a supressão do dispositivo incluído na Medida Provisória (MP) 821/2018.