Ato contra as reformas trabalhista e da Previdência foi vitorioso

O ato público #OcupaBrasília surpreendeu em expectativa de público. Mais de 100 mil trabalhadores de todo o país marcharam até o Congresso Nacional contra as reformas trabalhista e da Previdência nesta quarta-feira, 24 de maio. Fato que torna o movimento vitorioso, para os organizadores. Até os registros de depredação por pequeno grupo de mascarados infiltrados, a manifestação seguia pacífica. O Unacon Sindical integrou o movimento ao lado do Fórum Nacional das Carreiras de Estado (Fonacate) e da Pública – Central do Servidor.

 

Para Filipe Leão, diretor de finanças do Sindicato, o ato foi uma grande resposta às reformas impostas pelo governo. “Os trabalhadores da cidade e do campo não aceitarão as reformas. A classe trabalhadora irá se manifestar todos os dias, a partir de hoje. Bombas não nos assustarão”, disse em meio à ofensiva da polícia militar. Bombas de efeito moral, gás de pimenta e balas de borracha eram direcionadas ao caminhão da Pública – Central do Servidor. Assista abaixo.

 

 

Senadores e deputados federais somaram-se aos milhares de trabalhadores. Além de criticar a tentativa do governo de seguir com as reformas sem o devido diálogo com a sociedade, mesmo em meio a grave crise política, os parlamentares pediam respeito ao direito de livre manifestação.

 

De cima do carro de som da Pública – Central do Servidor e do Fonacate, o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) discursou contra a arbitrariedade com que vem sendo conduzida a tramitação das propostas no Congresso e encerrou dizendo “não à reforma trabalhista e não à reforma da Previdência”. Ator fantasiado de Drácula anunciava que iria renunciar durante o protesto e ofereceu bebida patrocinada pela Friboi a Molon. Assista abaixo.  

 

 

O deputado Elvino Bohn Gass (PT-RS) também marcou presença no espaço e desceu ao gramado para conversar com manifestantes. Em transmissão ao vivo pelo Facebook, o parlamentar criticou a ação da polícia contra os manifestantes pacíficos e afirmou que “com violência, o governo tenta impor reformas que são contra a população brasileira”.

 

Além de Molon e Bohn Gass, os deputados Chico Alencar (PSOL-RJ), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Erika Kokay (PT-DF), Carlos Zarattini (PT-SP), Ana Perugini (PT-SP), Vicentinho (PT-SP) e os senadores Humberto Costa (PT-PE), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Vanessa Grazziotin (PT-AM), Paulo Paim (PT-RS)  e Lindbergh Farias (PT-RJ) também participaram do Ocupa Brasília.

 

REPERCUSSÃO

O alcance político do ato foi imediato. Enquanto as caravanas de trabalhadores ocupavam a Esplanada dos Ministérios, o clima no plenário da Câmara dos Deputados era de tensão. De acordo com o Estadão, deputados como o líder da oposição na Câmara, José Guimarães (PT-CE), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Orlando Silva (PCdoB-SP) relataram reação exagerada da polícia durante o protesto realizado pelas centrais sindicais em frente ao Congresso (saiba mais aqui).

 

No Senado Federal, também houve registro de embate. Renan Calheiros (PMDB-AL) fez crítica ao decreto do presidente Michel Temer que autoriza Forças Armadas em Brasília. “Se esse governo não se sustenta, não serão as Forças Armadas que vão sustentar esse governo”, criticou. O decreto foi revogado na manhã desta quinta, 25 (saiba mais aqui).

 

TRAMITAÇÃO SUSPENSA

Na avaliação dos dirigentes, a suspensão da tramitação das reformas trabalhista e da Previdência também é resultado da pressão do ato. Rudinei Marques, presidente do Unacon Sindical, recordou o objeto de reivindicação das carreiras. “Somos contra a maneira com que o governo tem conduzido as reformas. Não se pode fazer modificações tão sensíveis em direitos sociais sem, antes, consultar os trabalhadores. Temos material técnico elaborado por carreiras de alto nível que podem contribuir, e muito, nesse debate. Porque não somos ouvidos?”, disse.

 

O estudo mais recente é de autoria do Auditor Federal de Finanças e Controle (AFFC), Bráulio Cerqueira. O lançamento do estudo “Previdência: excluir para crescer ou crescer com inclusão?” foi realizado pelo Unacon Sindical na manhã de terça, 23, durante audiência pública na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado. A publicação está disponível para acesso público (saiba mais aqui). 

 

Confira a galeria de imagens do Ocupa Brasília, registrada pela equipe de comunicação social do Unacon Sindical.

 

Foto em destaque: Richard Silva/ Ascom – PCdoB