Servidores do Tesouro Nacional exigem respeito

Os Auditores (AFFC) e Técnicos Federais de Finanças e Controle (TFFC) da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) encerram nesta sexta-feira, 12, a segunda semana de mobilização intensa pelo cumprimento integral do acordo salarial, fruto das negociações de 2015. A paralisação das atividades, aprovada pela categoria, atinge todas as áreas e tem o apoio dos gerentes da Secretaria, que colocaram seus cargos à disposição. Os servidores exigem que o governo federal respeite os termos do acordo firmado com a carreira e os compromissos assumidos pelo Ministério da Fazenda (MF).


No dia 5 de agosto, o pleito foi levado ao secretário-executivo do MF, Eduardo Guardia, e à secretária da STN, Ana Paula Vescovi. Na reunião, o Sindicato destacou o elevado senso de responsabilidade com a gestão fiscal do país, que norteou a aprovação do acordo e levou os servidores do Tesouro a acolher a tímida proposta de recomposição apresentada pelo governo, confiantes, ainda, na promessa de que haveria tratamento isonômico entre as carreiras de Estado. Os dirigentes sindicais também ressaltaram que a exigência de nível superior para o cargo de Técnico constava expressamente no acordo que, diante do veto, foi claramente descumprido.


O secretário-executivo do MF revelou ter grande apreço pela carreira, mas já na primeira reunião tentou pôr um ponto final no debate. “Não vejo neste momento nenhuma possibilidade de fazer uma negociação. Espero que vocês entendam o momento e a franqueza. Vou ser totalmente inflexível com vocês”, concluiu.


Já a secretária da STN, limitou-se a dizer que os servidores têm inúmeras razões para estarem motivados, engajados e felizes por poderem contribuir com a recuperação fiscal do país. Comunicada de que os detentores de DAS entregariam os cargos, ironizou: “Entregarão também os Conselhos Fiscais?”, referindo-se à participação de servidores da Casa em conselhos de empresas estatais.

 

Com a negativa, a mobilização ganhou força e o governo deu sinais de recuo. No meio da semana, propôs a criação de um comitê para estudar a redução de níveis das tabelas, além de outras medidas de valorização da carreira, mas os servidores recusaram. “Não é o valor. Não são vantagens. Não são privilégios. Cobramos justiça. Os servidores do Tesouro Nacional exigem respeito”, resume Rudinei Marques, presidente do Unacon Sindical.

 

A mobilização continua.