Unacon Sindical e Transparência Internacional se reúnem nesta quarta, 29

Unacon Sindical e José Carlos Ugaz, presidente da Transparência Internacional (TI), se reuniram nesta quarta-feira, 29 de junho. Em pauta, a atual situação da Controladoria-Geral da União (CGU). Rudinei Marques e Márcia Uchôa representaram a Diretoria Executiva Nacional (DEN) na reunião que teve a participação de membros da rede Amarribo Brasil e de integrantes da Frente pelo Controle e contra a Corrupção.

 

Ugaz elogiou o alcance da mobilização dos servidores, que chegou à imprensa nacional e internacional, além do envolvimento da sociedade civil. Para destacar a importância da participação popular, ele trouxe como exemplo as manifestações no Peru que resultaram na queda de Fujimori. Ele relatou que os peruanos ocuparam as ruas pedindo que a bandeira do Peru fosse lavada, pra tirar as manchas deixadas pela corrupção. “Nós, como uma organização da sociedade civil, estamos buscando aliados que nos permitam ampliar o efeito da ação em países onde a corrupção ainda é sistêmica”, disse.

 

No dia 30 de maio, a TI anunciou a suspensão do diálogo com a Controladoria até o afastamento do então ministro Fabiano Silveira. O Sindicato apresentou um histórico do movimento após o episódio, com destaque para a representação contra o ministro Torquato Jardim, protocolada na Comissão de Ética da Presidência da República (saiba mais aqui). Mas não foi só o pedido de “alinhamento político, filosófico e ideológico” que gerou desconforto na carreira. A falta de identidade de Torquato com a Controladoria também foi apresentada a Ugaz como ponto de incômodo.

 

“O atual ministro não tem nenhuma afinidade, nenhuma ligação com a área do controle. Parece que a única coisa que ele se interessou, até agora, foi em buscar informações sobre os acordos de leniência. Não nos apresentou nenhum projeto”, destacou Marques. Outros atos do ministro, como a nomeação da sócia para o cargo de chefe de gabinete e o afastamento do corregedor-adjunto de Infraestrutura também foram abordados no encontro.

 

Marques ainda teve o cuidado de contextualizar o movimento com a luta contra o fatiamento das atribuições da CGU, em outubro de 2015. O Informativo com a trajetória do movimento foi entregue a título de referência histórica da defesa do Sindicato pela autonomia do órgão. O caderno transparência do Sindicato também foi entregue a Ugaz. “Somos um dos poucos, talvez o único Sindicato do país com uma publicação do gênero”, informou.

 

O desejo do movimento de avançar em projetos propositivos será discutido em breve. “Não há outra saída para o Brasil, a não ser o fortalecimento do controle social”, destacou a servidora Anjuli Tostes, em nome da Frente. Os coordenadores da TI no Brasil concordam na construção de uma ação política imediata. 

 

No dia 6 de junho, a Transparência Internacional enviou comunicado aos participantes da OGP no Brasil (Parceria para Governo Aberto). No texto, a ONG informa que irá avaliar se o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle irá preservar as realizações bem-sucedidas da CGU. “A TI estará observante das ações do MTFC (Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle) para avaliar se a condução da pasta preservará as realizações bem-sucedidas da CGU, avançará naquilo que o órgão não pôde alcançar e contará com a autonomia, dotação orçamentária e apoio político do Presidente interino para liderar a luta contra a corrupção com a seriedade e ambição que os brasileiros e a comunidade internacional esperam”, reza trecho do documento.